Espasticidade

O que é espasticidade?

Espasticidade é uma rigidez ou tensão exagerada dos músculos devido a uma doença no sistema nervoso. Na espasticidade, os reflexos ficam aumentados e a musculatura, rígida; dificultando, portanto, os movimentos. Essa dificuldade para fazer os movimentos desencadeia muitas limitações e dor. Por exemplo, se a espasticidade é nas pernas pode impossibilitar o paciente de caminhar porque a rigidez muscular não permite a realização correta dos movimentos.

Essa rigidez também pode causar dor e outros problemas. Um dos principais problemas é o surgimento de deformidades no corpo com o tempo. Essas deformidades ocorrem pois devido aos “espasmos” e contrações os tendões e músculos vão ficando encurtados. Devido a esse encurtamento, após um tempo mesmo tratando a espasticidade o movimento pode estar com limitação. Tendo em vista esse problema das deformidades, o quanto antes tratamos corretamente, é melhor para evitar esses problemas no futuro.

 

Principais doenças relacionadas à espasticidade

Lesões que no cérebro e medula podem causar espasticidade. Uma das causas mais comum é em pacientes com paralisia cerebral. Essas crianças desenvolvem espasticidade bem cedo e com o decorrer dos anos, as deformidades e a dor também podem aparecer. O tratamento otimizado da espasticidade pode ajudar e muito no desenvolvimento motor da criança com paralisia cerebral. Por exemplo, uma criança que as entre 4-7 anos de idade está começando a tentar caminhar, a rigidez não deixa alongar o suficiente as pernas para dar um passo. Acaba ocorrendo o que chamamos de marcha em “tesoura”. Além disso, nessas crianças podem ocorrer deformidades como encurtamentos de tendões e deformidades em articulações como o quadril, pés e coluna. Essas deformidades são tratadas pelo ortopedista pediátrico. Geralmente o ortopedista e o neurocirurgião trabalham em equipe para estudar a melhor intervenção e o tempo correto de realizar.

Outras doenças comuns que causam espasticidade são os acidentes vasculares cerebrais (AVC), esclerose múltipla e lesões por traumatismos tanto no cérebro como na coluna.

 

Tipos de Tratamento

O tratamento ideal da espasticidade é um ótimo exemplo do que chamamos de “tratamento multidisciplinar”. O tratamento envolve fisioterapeutas, neurologistas ou neuropediatras, terapeutas ocupacionais, neurocirurgiões, ortopedistas e outros. Os profissionais devem trabalhar em conjunto e em comunicação constante. Esse tratamento inicialmente envolve exercícios específicos fisioterápicos, técnicas de estimulação e medicações. Das medicações, a mais utilizada é o baclofeno. Além disso, também há a possibilidade de fazer aplicação de toxina botulínica em determinados músculos, justamente para evitar  as deformidades no longo prazo e a dor. A aplicação de toxina botulínica funciona muito bem para certos casos. A melhor indicação é para aqueles casos em que a espasticidade é mais localizada.

 

Cirurgia para Espasticidade

Para alguns casos, existe a opção de cirurgia. As cirurgias costumam trazer resultados muito bons, quando bem indicadas, obviamente. No entanto, muitos pacientes demoram até consultar ou serem encaminhados ao neurocirurgião. São 2 tipos principais de cirurgia: o implante de bomba de baclofeno e a rizotomia dorsal seletiva. Além dessas duas técnicas há também as neurotomias periféricas, onde alguns nervos são seccionados pontualmente para resolver a espasticidade definitivamente. As neurotomias periféricas são indicadas para um tratamento mais focal da espasticidade.

Bomba de baclofeno

A bomba de baclofeno é um excelente tratamento, principalmente para pacientes maiores em tamanho (maior do que 20Kg, por exemplo). Essa bomba é um aparelho que fica conectado a um cateter e injeta medicação (baclofeno) diretamente ao redor da medula na coluna. Também utilizamos esse equipamento para tratar pacientes com dor crônica (leia mais aqui sobre bomba de morfina). Esse aparelho fica implantado sob a pele e aproximadamente a cada 3-4 meses é necessário encher o reservatório com medicações. É possível controlar a liberação de uma forma individualizada para cada paciente através de um controle que aciona a bomba através da pele. Portanto, podemos aumentar e diminuir a dose, usar dosagens diferentes ao longo do dia, de acordo com a necessidade de cada um.

Quando administrado através de uma bomba como essas, o baclofeno tem uma potência muito maior e com menos efeitos colaterais. Interessante que pode-se fazer um teste antes de implantar a bomba e estimar os resultados antes da cirurgia. Leia mais sobre o implante de bomba de baclofeno aqui.

 Rizotomia Dorsal Seletiva

A rizotomia dorsal seletiva é outro método ciúrgico para tratar espasticidade. É um excelente método para tratar a espasticidade em crianças menores. O paciente ideal é aquele com 4-7 anos, que tem dificuldade para caminhar sozinho devido à espasticidade. Esses pacientes acabam impossibilitados de caminhar após essa idade se não forem tratados adequadamente. Além disso pode funcionar muito bem para pacientes maiores também, tudo é uma questão de discutir o custos-benefícios e principalmente as expectativas antes de operar. No entanto, na maioria das vezes essa cirurgia é feita em paciente com paralisia cerebral com idade entre 4-7 anos. A cirurgia consiste em aliviar a espasticidade através de uma cirurgia na coluna. Essa cirurgia é feita por um neurocirurgião, que secciona algumas fibras nervosas que estão “hiperestimuladas” e causam espasticidade. Clique aqui e leia mais aqui sobre a rizotomia dorsal seletiva.

 

Quando devo pensar em cirurgia?

É importante ressaltar novamente que existe um “timing”, um tempo ideal, para o tratamento da espasticidade, principalmente em crianças. Converse com o seu fisioterapeuta ou médico, seja ele pediatra, neurologista ou ortopedista. Sem dúvida o tratamento da espasticidade traz muita qualidade de vida, tanto para os pacientes quanto para aqueles que cuidam, facilitando o dia-a-dia. Tem alguma dúvida? Encaminhe abaixo. Você também pode encontrar abaixo a possibilidade de marcar uma avaliação presencial ou telemedicina, acesse a disponibilidade com a agenda online.

 

Mais textos

fadiga e dor crônica

Fadiga e Dor Crônica

  Fadiga é um sintoma comum em pacientes com dor crônica. Estudos mostram que 64% dos pacientes que sofrem de dor crônica apresentam fadiga. Mas

Síndrome dolorosa complexa regional

Síndrome Dolorosa Regional Complexa

O que é Síndrome Dolorosa Regional Complexa?   Desde 1994, a distrofia simpático reflexa e outros termos como causalgia, algodistrofia ou atrofia de Sudeck recebem

Envie comentários e sugestões

 Mobilitat – Padre Anchieta 2348, 17 andar

Axis – R. Paulo Graeser Sobrinho, 270  

Ligue para agendar Consultas

(41) 9 9978-1060

ou

Acesse a agenda agora para ver a disponibilidade de horários e agendar online! 

Leonardo Frizon Copyright @ 2020 Todos os direitos reservados. ​​

Fique por dentro

Receba as novidades do blog no seu email

 

Você pode se descadastrar a qualquer momento. O seu email jamais será compartilhado com outras pessoas ou sites.