Educação em dor para o paciente

Educação em dor para o paciente

Educação em dor para o paciente

Por que aprender sobre dor? Pacientes que não entendem exatamente o diagnóstico, ou a causa de sua dor, normalmente sofrem mais. Os pacientes sentem falta de um diagnóstico e uma explicação precisos, pontuais, para a causa dor. Leia aqui do que um paciente com dor precisa (leia aqui um artigo sobre isso). Além de um diagnóstico preciso, podemos ir além. Estudos mostram que a educação do paciente com dor é importante. Educação aqui refere-se a entender as vias da dor, os mecanismos responsáveis pelo sofrimento.

A dor crônica é modulada pelo entendimento do paciente

É fundamental entender isso para entender a importância da educação do paciente com dor. Tendo justamente isso em vista é que decidi começar a escrever alguns dos textos desse site. Explico: em uma consulta médica regular é muito difícil ter um tempo adequado para conversar sobre todos os temas de educação em dor. Então ter um local onde o paciente possa se informar mais sobre isso (esse site) é uma maneira de estender o contato com o paciente.

Quando dizemos que o conhecimento sobre dor pode modular a dor não estamos dizendo que a dor continuará e apenas vamos encará-la de uma maneira diferente. A educação do paciente pode sim aliviar objetivamente a dor crônica. Educação em dor é explicar ao paciente os mecanismos fisiológicos que levam à dor, como a dor é produzida e mantida. O paciente integrará esse conhecimento ao seus credos, comportamentos e atitudes no dia-a-dia.

 

Entendendo a dor crônica

Não podemos explicar completamente o funcionamento da dor crônica para o paciente.  O motivo é muito simples: ainda não entendemos tudo sobre ela. As teorias da dor, os conceitos da neuromatriz da dor, dos mecanismos de dor neuropática, avançaram muito nessas últimas décadas. No entanto, ainda há muito a se desvendar. Prova disso é que a neurociência da dor é uma área altamente produtiva, com muitas publicações científicas com descobertas e hipóteses sendo publicadas regularmente. Assumindo a nossa ignorância, ainda assim, o conhecimento atual sobre dor deve ser repassado ao paciente. Entender os mecanismos, de acordo com o contexto e individualizada de cada paciente, é por si só, um tratamento para o paciente.

Entender a causa inicial da minha dor ou por que dói quando faço certos movimentos? Por que alivia quando estou deitado? Por que quando fico ansioso minha dor aumenta? São perguntas frequentes que o simples fato de saber a resposta já é o início do tratamento. Assim como é importante também entender os passos de um tratamento já no início, juntamente com a estratégia a ser adotada, os próximos passos se não funcionar. Saber o porquê, desde um tratamento menos invasivo até uma cirurgia, tranquiliza o paciente.

 

Entendendo a dor crônica

Mas por onde começar? A dor crônica é mais do que uma simples sensação. É um sentimento. Entender que há um componente afetivo, emocional é parte fundamental para o tratamento. Por isso o acompanhamento psicológico ao qual encaminho muitos pacientes. A terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, é parte fundamental do tratamento de alguns pacientes. No entanto, muitos confundem isso com: “está dizendo que a dor não existe, está apenas na minha cabeça” ou “tenho que aprender a conviver com a dor”.

Na verdade, não é nada disso. A ciência da dor mostra-nos que as regiões do cérebro que “interpretam” a dor crônica não são apenas regiões relacionadas às “sensações”, outras regiões que são relacionadas ao afeto, ao humor, cognição também são atingidas. Se você tem um cérebro normal, de um ser humano, não há como sentir dor e isso não ter essas outras áreas afetadas. Pense nisso. Se você tem alguma dúvida ou quer ver mais textos sobre esse tema de educação em dor, escreva aqui embaixo. Deixe seu comentário, leio todos, e eles são os temas dos textos aqui do site.

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